Se a teoria de Lund fosse verdadeira, os campos de então deviam mais tarde estar cobertos de matas, para, em seguida, mais tarde ainda, ficarem transformados de novo em campos pela mão do homem — o que é muito pouco provável.
Para melhor se compreender quais eram as observações que serviam de base a Lund, e onde encontrou ele a denominada catanduva, como também para facultar o conhecimento do interior do Brasil, que encerra o diário de Lund, que foi entregue a Warming alguns dias antes da morte do sábio, daremos aqui um breve excerto das anotações mais importantes sobre essa excursão.
"A viagem começou em 11 de outubro de 1833 pela saída de seis cargueiros mandados adiante à Venda Grande, e no dia seguinte Lund e Riedel deixaram o Rio de Janeiro. Por toda parte uma seca pavorosa assolava o país. Campos e prados pareciam queimados e as capoeiras sem folhas ou com folhas murchas. Os cafezais também sofriam e a atmosfera estava saturada de fumaça. Apesar de estar o céu sem nuvens, reinava uma semiescuridão maior do que nos eclipses totais. Em todas as moitas ecoava o canto estridente e ensurdecedor das cigarras, e entre elas predominava a que "começa com um repetido cacarejar de galinha choca para terminar num assobio trêmulo".
14 de outubro — Para Santa Cruz (fazenda do Estado). 19 de outubro, passamos a divisa entre S. Paulo e Rio de Janeiro. Chegamos a Rancho Grande:
28 de outubro, alcança-se Lorena; esta região era menos montanhosa, os altos mais chatos, os vales mais largos e planos, e o país pela maior parte coberto