Os primeiros troncos paulistas e o cruzamento euro-americano

europeu. Mas São Paulo, a crista eriçada do nosso planalto piratiningano, foi durante dois longos séculos como que o fundo gigantesco de um funil imenso, a coletar gente amerindiana buscada muito ao longe e em todas as direções pelos infatigáveis bandeirantes de prêa, para o trabalho das nossas primeiras lavouras.

Milhares e milhares de indivíduos de brônzea raça, trazidos com ânsia dos sertões bravios, aqui tapetaram o nosso incipiente povoamento de espessa camada étnica.

Foi um caudalosíssimo sistema potamográfico a desaguar, durante duzentos anos, no nosso planalto, sedimentando-o de gente aborígene.

A chegada constante de europeus, durante quatro séculos, trazendo número ainda maior de indivíduos de além-atlântico, fez operar a mistura entre os dois troncos bojudos, resultando o paulista, cujo estudo é o objetivo deste trabalho.

Foi bem diferente nos Estados Unidos!

Lá não houve jamais apresamento. Não havia necessidade do braço para as lavouras que no sul, nas colônias da Virginia ou das Carolinas, era suprido de escravos negros e de convictos brancos, e que no norte era marcado pelo branco livre.

Talvez por isso o índio não entrou para a feitura das camadas de população.

Lá ele foi então exterminado a bala, que na sua avançada conquistadora de terras sertanejas lhes despejavam os colonos brancos.

Entre nós, porém, foi diferente. Houve necessidade do braço indígena. Não podíamos importar o braço negro. Não possuíamos a opulência que no Brasil

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