A riqueza mineral do Brasil

do solo; outras vezes, provém da ganância dos proprietários de terras.

Descoberto qualquer indício de jazida, ficam conturbados com a falsa visão duma riqueza fabulosa; não aceitam a colaboração de sócios ou técnicos, não mandam avaliar a extensão e não procuram conhecer o verdadeiro valor da jazida. Só aspiram vendê-la a um sindicato estrangeiro por milhares de contos.

Como responsável por esta situação, apontam-se a nossa antiga legislação de minas, os negócios extorsivos feitos, há tempos, e a nossa incomensurável ignorância de tudo quanto se refere à constituição da crosta terrestre.

A antiga lei de minas confundia, numa só entidade, a propriedade do solo e a do subsolo, de modo que a posse da terra dava direito a todas as jazidas porventura nela existentes.

À primeira vista, parece lógico e perfeitamente justificável, mas não o é. Os grandes latifundiários, ainda tão numerosos no País, ficariam de posse das principais jazidas, e ninguém, por meio algum legal, poderia explorar aquilo que o grande senhor rico e ignorante, sem necessidades e sem aspirações, conservava improdutivo, com prejuízo para o País e para os poucos homens cheios de vida, de saber e de disposição para o trabalho. Nenhuma situação como esta é

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