o que deixara que mais vale abandonar como eterno penhor dum calote acidental.
Seus conhecimentos de mineralogia não passam, as mais das vezes, de ligeiras lições recebidas diante de uma vitrine de museu, ou da prática superficial adquirida algures.
Dotados sempre de invejável memória visual, cometem erros palmares, quando traídos pela observação. Classificam pela aparência, sem levar em conta as propriedades químicas ou cristalográficas. Confundem baritina com calcário, porque nunca tiveram em mãos um fragmento da primeira, nem sabem manejar o ácido clorídrico.
Esse — o tipo mais comum do descobridor de minas no Brasil; sem cultura, mas ativo e sonhador, sequioso de aprender e de ligar-se a quem ele possa, clandestinamente, transformar em seu professor.
Têm, em geral, alma grande e coração aberto; são capazes de grandes rasgos de generosidade, impulsionados pelo idealismo que os caracteriza. Não levam em conta compromissos pecuniários; se podem, saldam seus débitos, naturalmente, como quem pratica um ato banalíssimo; se não podem, não se afligem por isso.
Têm vida errante, e, à maneira dos antigos bandeirantes, fazem longas e arrojadas incursões