Mas esteve longe de despertar o entusiasmo que era de esperar. Apesar do edital do Senado da Câmara do Rio, determinando que os moradores da Capital iluminassem e ornamentassem suas fachadas desde quinze dias antes do nascimento do Príncipe, a grande parte da população, a bem dizer, não deu maior atenção ao acontecimento. E se este não passou despercebido, também não suscitou grandes entusiasmos.
Era porque a preocupação geral estava voltada para a grave situação em que se debatia então o Brasil, minado do norte ao sul pelas discórdias partidárias, que ameaçavam afetar mesmo a integridade do Império. O trono brasileiro, balançado de todos os lados pela tempestade política, e novo ainda de três anos apenas, valia bem pouco no espírito popular, para que o nascimento do Príncipe que o destino reservava para ocupá-lo num futuro ainda distante, pudesse provocar no país um sentimento de profunda emoção.
O próprio Dom Pedro I, se recebeu esse filho com franca e sincera alegria, não tinha então o espírito bastante desembaraçado para poder dedicar-lhe todo o seu sentimento afetivo. Ele andava então mais do que nunca prisioneiro aos amores da ardilosa marquesa de Santos. Quase toda a sua faculdade afetiva, toda a sua capacidade de amar era absorvida pelas artimanhas da bela Paulistana. E à pobre da imperatriz Leopoldina pouco ou quase nada cabia daquele coração volúvel. Politicamente, toda a preocupação do Monarca ia, de um lado, para o estado de espírito do Brasil, de onde ele já