sentia vir a tempestade que o daria por terra, e de outro, para a situação interna de Portugal, onde o mano Miguel, de parceria com a Rainha sua mãe, cobiçava o trono do velho rei moribundo.
V
No dia mesmo do nascimento do herdeiro, fez-se a sua apresentação oficial aos dignitários do Paço, para isso convocados numa sala do palácio de São Cristóvão. Quando o brigadeiro Lima e Silva, pai do futuro duque de Caxias, o apresentou sobre a bela almofada de seda, todos os presentes constataram uma criança magrinha, mirrada e amarela. Como o grande poeta da Lenda dos séculos, cujas mãos ele estreitaria mais tarde, não parecia destinado a vingar:
“Un enfant sans couleur, sans regard et sans voix;
Si débile...
Qu'on ne lui donnait pas même um lendemain à vivre...”
Mas vingou. Graças sobretudo ao cuidado com que todos desde logo o cercaram. A Imperatriz, já doente e definhada nessa época, não o pôde aleitar. Serviu-lhe de ama uma valente mulher do campo, a Catarina, trazida anteriormente de Nova Friburgo para amamentar uma de suas irmãs.
O nascimento desse filho acabou de arruinar a saúde já combalida da pobre Imperatriz. Desde então ela