nós somos sós, isolados, divididos e uns contra os outros: jornalistas sem ideias, contra pessoas; parlamentares, uns contra os outros; todos apoiando os governos e os solapando e arruinando; nos mesmos governos, ministros desacordes e em oposição aos antecessores... e, daí, as reformas abortadas, efêmeras, que duram, quando muito, um quadriênio"... "O ensino dito superior é a "menina dos nossos olhos"... Apesar disso, deplorável. Professores que discursam, ou não dão aulas; exames, sempre exames, sem seminários, sem laboratórios, sem verdadeiro ensino... aparelhos burocráticos de diplomas, as nossas Faculdades, Ensino técnico e profissional o menos possível; ainda aqui se confunde trabalhos manuais, da educação primária, com o ensino profissional das escolas técnicas... Ainda não achamos oportuno uma faculdade de ensino superior, desinteressado, de ciências e letras, uma escola normal que prepare mestres para os ginásios e liceus, escolas normais primárias. "Ensinar a ensinar" é ainda utopia. Quando as estatísticas alarmantes de analfabetos aparecem, comovem-se os "primários", fetichistas da "alfabetização"... e são discursos, artigos, até... as próximas estatísticas... E é de Condorcet, e da realidade latino-americana, esta certeza experimentada: "Anarquia, ou despotismo, é o quinhão dos povos não educados". Vamos vendo.

É nesse lastimoso impasse que temos de dizer alguma cousa sobre o ensino de meteorologia no Brasil. Em várias partes deste volume já referimos a ignorância absoluta da ciência da atmosfera, mesmo nas camadas mais sabidas de nosso meio. Assim sendo, qualquer plano de ensino, nos moldes clássicos, seja qual for a escola, pecaria pela raiz, por falta de mestres. Ninguém hoje irá contestar a necessidade da divulgação da ciência meteorológica, pelo menos nas duas últimas fases da instrução da mocidade: nos cursos médio e superior. Essa divulgação, de fato, já está incorporada no ensino, porém, de permeio com a física, mais frequentemente, na cauda dessa disciplina.