da ciência que abraçamos, lembráramos ao Governo que essa instrução deveria ser ministrada graciosamente, por lei, a título permanente, pelo Diretor do Instituto Meteorológico. Mas, diz o brocardo que "quem anda aos porcos tudo lhes ronca", e a nossa proposta, provavelmente, não logrou, vez nenhuma, inspirar confiança. Seria um vexame e uma deselegância apender ao fim deste volume a nossa correspondência com os dirigentes sobre essa relevante questão. Vencidos de um lado, corremos para outro, e passamos a lecionar meteorologia aos futuros agrônomos e veterinários no recinto do Instituto, para o que lançamos mão do auxílio de vários colegas.
Pelo exposto se vê logo que seria impraticável a introdução da disciplina meteorológica, já e já, como ciência pura, nos cursos universitários. Não temos catedráticos e não teríamos matrículas. O Brasil ainda não comporta tal providência. O que ele precisa, e com urgência, é do ensino dos rudimentos de meteorologia no degrau secundário, e da meteorologia aplicada nas escolas superiores especializadas que reclamam essa matéria. Aliás, bem poucos países, dos mais adiantados, já ensinam a ciência da atmosfera, por si, em uma ou outra universidade ou instituto tecnológico, isto é, fora das organizações meteorológicas oficiais que, se insistíssemos em começar pela cimalha, recorrendo ao professorado estrangeiro, ainda criaríamos uma situação irregular, importando mestres alheios à meteorologia brasileira. Não devemos confundir o técnico estrangeiro para os trabalhos do Instituto Meteorológico que, em poucos meses, se identificaria com os estudos nacionais, com o lente estrangeiro, segregado numa universidade e por isso mesmo divorciado daqueles estudos. Ainda outros aspectos diferenciam de sobejo os dois casos.
Em resumo, o ensino de meteorologia no Brasil deverá começar pela intensa difusão dessa ciência nos próprios focos de sua irradiação. Como são restritos em número, urge aumentar-lhes o pessoal apto a derramar os conhecimentos