grilheta do marasmo mais boçal, quadro em que se chocam fulgurações luminosas e abismos de obscuridade, cadinho de fusões contraditórias, enigma fascinante e inquietador, tudo, no Brasil, pode ser possível e impossível ao mesmo tempo.
Esta fatalidade curiosa e aberrante dos contrastes também se reflete no campo intelectual.
Se me falta, provavelmente, qualidade para defender e situar a função do intelectual no meio da confusão obscurantista que nos envolve, creio possuir, no entanto, autoridade bastante para tal.
Em livro redigido já lá vão cinco anos, defini a função da inteligência em termos que hoje ratificaria, com ligeiras alterações e corrigendas às omissões, defeitos e ingenuidades explicáveis num escrito de primeira juventude.
Continuo acreditando que a falta de complexidade do ambiente mental do Brasil atua funestamente sobre a vida das ideias, reduzindo as tendências subjetivas, as aquisições da razão e as preocupações doutrinárias a grupos de proposições brutalmente esquemáticas que se situam, forçadamente, nos dois polos opostos da verdade.
Para escolhermos um exemplo oportuno em que o espírito elementar das nossas chamadas