cristas, ao norte das serranias guianenses e pelos pendores das vertentes em que vão morrendo, ao sul, as terras do maciço central, até esbarrar com a serra de Contamana, o Javari e as linhas geodésicas que cortam ao meio as bacias do Putumaio e Japurá.

A divisão política do vale amazônico obedeceu espontaneamente à distinção do aspecto da terra. A parte baixa da bacia, até onde se deixa de sentir a pulsação diária das marés, pertence a uma divisão territorial e à outra, a parte oriental, a montante. São ambas regiões literalmente selváticas e lá devem estar de sentinela as náiades de Martius. Os campos do rio Branco, do Trombetas e os "mondongos" de Marajó são três manchas de nada. Por felicidade não a fez deserto a disposição das correntes fluviais, cujo sistema é um verdadeiro tecido de artérias — rios, furos, igarapés e paranás —, e torna possível, em todos os sentidos, o devassamento e a exploração industrial, desde o oceano até os confins inóspitos do vale. Ainda no conjunto de maravilhas hidrográficas, os lagos inumeráveis servem às garças plácidas, aos peixes vorazes e bem assim à providencial compensação hidrostática, que evita os maiores danos nos derramamentos anuais das cheias e represam o pirarucu, utilizado na