História social do Brasil: a época republicana - Tomo III

antagonismos da evolução brasileira - corte e províncias, agricultura e indústria, imitação francesa e imitação americana, ordem e idealismo, os barões da monarquia e os bacharéis, a estabilidade tradicional e o progresso impetuoso - fora, até aí, protelada e disfarçada pelas hábeis fórmulas conciliatórias do parlamentarismo de D. Pedro II. Mas a máquina desandara, nos tumultos da década de 80: campanha abolicionista, questão militar, ceticismo dos partidos descontentes (o liberal, que perdia eleições por idealismo, 1881, 1884..., o conservador, que inutilmente as ganhara na sua exausta batalha contra as reformas esbulhadoras), velhice e doença do Imperador.

A gente nova pedia leis novas.

As províncias do sul queriam indústrias favorecidas pela proteção da Alfândega e as do norte exigiam amparo à lavoura decadente, créditos e livre-cambismo.

A súbita emancipação dos escravos inaugurou a época imigrantista. O bom preço do café suportou em S. Paulo o golpe da abolição, sem que se desarranjasse a agricultura aristocrática. Os fazendeiros podiam remunerar o trabalho sem a perda dos braços indispensáveis, adquiridos nos últimos anos aos traficantes de negros. Os colonos estrangeiros - a partir de 1888 entravam anualmente cem mil pelo porto de Santos! - completaram os quadros do trabalho.

Na província do Rio e no Recôncavo, enlanguesceu e definhou a lavoura, porque as suas condições eram precárias, anômalas: terra esgotada, antigas e retalhadas propriedades

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