de rendimento escasso, formação patriarcal da economia sustentada ainda pelo espírito de classe, pela histórica vinculação das famílias a seu chão trissecular... A usina esmagou o engenho. A grande fábrica instalada pela sociedade anônima extinguiu o "banguê", assimilou os velhos bens da nobreza... O eixo da riqueza e, com ele, o eixo do poder, deslocou-se do Recôncavo para o sul. Em 1887, os polos da política foram Cotegipe e Antonio Prado, ou Paulino e Silveira Martins. O ciclo do açúcar contra o do café e o do gado. O binômio do século XIX (açúcar e café), talvez a fórmula agrícola da unidade do império na época das culturas oligárquicas (latifúndio de conteúdo nobiliárquico, período dos barões-coronéis), quebrou a sua primitiva solidariedade. O café, que podia sobreviver sem o escravo, comportou o chisma de Antonio Prado. O açúcar, porém, bloqueado no Brasil pelo espantoso desenvolvimento dos outros centros produtores, não resistiu ao chisma de João Alfredo. O açúcar fizera a Independência: 1822. O café fez a República de 1889.
Não que as forças conservadoras da lavoura de café fossem, por definição e índole, antimonárquicas. Ao revés disso, apoiaram-se, até 1888, ao arcabouço imóvel das instituições. Mas estavam ligadas à mentalidade da civilização veloz. Pertenciam ao tempo das iniciativas ousadas.
A divergência entre as duas zonas econômicas é essencialmente um contraste de ritmos. É uma desigualdade de movimentos. O açúcar ia devagar, o café, vertiginosamente: um era a cultura fixa, de poupança, o outro a