História social do Brasil: a época republicana - Tomo III

cultura extensiva, de expansão. A vertical (açúcar) combinara-se com a linha horizontal (café) para definir o "dinamismo" do Brasil: sólido e instável, paralisado numa conquista, Brasil estrutural do norte, Brasil polimorfo do sul...

Os plantadores de café surgiram com o liberalismo, que é o ambiente do individual e ilimitado enriquecimento. Dispensaram a madureza e a serenidade da outra lavoura, da lenta cultura da cana, que cristalizara os seus tipos sociais à sombra do engenho colonial, ganhando em raízes sentimentais o que lucrara o fazendeiro em horizontes novos...

Se uma palavra pode resumir uma confusão política, na fase intermediária de regimens que se substituem, essa palavra foi - impaciência.

O efeito da abolição não fora menor nas consciências do que na ordem material.

Em três dias caiu o infame sistema que durara três séculos. Se assim as reformas eram fáceis, totais, porque se hesitaria em iluminar o país com as quentes luzes do seu tempo? Federação, à americana; república, à francesa; governo forte, segundo Auguste Comte; indústrias, fábricas, companhias, bancos, inflação, negócios, como nos Estados Unidos; e nada de prudências senis...

O movimento de ideias que envolveu o golpe de 15 de Novembro carregava essa impaciência informe, como o vento de verão carrega a tepidez do solo, o fogo do espaço... Levantou-se uma vaga cruzada contra os

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