História social do Brasil: a época republicana - Tomo III

A brigada do general Frederico de Mesquita (março de 1915) destruiu o reduto de Santo Antonio. Uma vitória precária. Ficou um batalhão em Porto União. Aproveitaram-se da dispersão dos adversários, os bandoleiros, para depredar as fazendas do Campo de São Roque e incendiar a estação de Miguel Calmon. O capitão Matos Costa saiu contra eles e, surpreendido ao desembarcar do trem, foi morto, com dez praças. Esse sacrifício alertou afinal o governo. Seis mil homens foram mobilizados, às ordens do general Setembrino de Carvalho, o reduto de Santa Maria caiu, ante a impávida investida do capitão Potiguara, a coluna do coronel Estillac Leal tomou o reduto de Santa Maria, e a ferro e fogo os regimentos federais expugnaram as matas inçadas de clavinoteiros, vingando, numa ação definitiva, tantas vidas perdidas na zona "contestada"(264). Nota do Autor Três anos durara o conflito...

É certo que, com os próprios recursos, e a despeito de sua selvagem valentia, os acólitos do "monge" não teriam sustentado tanto tempo o choque das expedições punitivas. A miúda política municipal misturou-se com eles. Ocultos interesses acompanhavam os enfeitiçados. Em Canudos não se percebe a influência política, cumplicidades regionais, que transparecem na tragédia do Contestado. A repressão abriu, contudo, horizontes econômicos, restabeleceu, naqueles campos, o respeito à existência

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