industrial do Brasil. O erro velho duma industrialização mantida à custa de favores alfandegários, tornou-se subitamente um acerto. Porque, se de longa data impunha ao consumidor, por preço alto, mercadorias que melhor obteríamos do estrangeiro (protecionismo exagerado), pelo menos aparelhara a organização fabril que, ao desencadear-se a guerra, podia lançar os fundamentos duma autarquia real. Era a outra face da política industrialista de Murtinho. Quando as nações de economia colonial se viram na contingência de improvisar uma aparelhagem que as suprisse dos artefactos subitamente retidos nos portos (bloqueio de uma banda, campanha submarina de outra, recaindo os pesados prêmios de seguros sobre o preço, já inacessível, das utilidades que podiam escapar-lhes), contava o Brasil com um esperançoso arcabouço de indústrias básicas. Fabricava os próprios panos, as suas lãs e mesmo algum supérfluo exportável. A carestia geral movimentou iniciativas valentes. Os Estados do sul triplicaram a sua importância econômica. Sobretudo se positivou a admirável capacidade criadora do trabalho paulista.
O quatriênio da guerra, na sua prosperidade, foi um período de ensinamentos práticos e magníficos. A elevação dos preços não se circunscreveu a zonas produtoras: estendeu-se a toda a lavoura. Estimulou as atividades mais diversas. Quebrou a rotina agrícola dos sertões e descobriu novos itinerários econômicos. Perdeu o Brasil a sua característica tradicional de produtor de café e açúcar e importador do resto. Surge como terreno próprio de