História do Brasil T1 - As origens (1500 - 1600)

do príncipe, que seria D. João III, e depois bispo de Vizeu. Precede à viagem que descobriu o cabo da Boa Esperança (1486-67) a de Vizinho, até a Guiné, de que falou João de Barros: "acharam (Vizinho, mestre Rodrigo e Martim da Boêmia, ou Behaim, aliás mero companheiro daqueles, injustamente considerado, em Nuremberg, autor dos cálculos) acharam esta maneira de navegar pela altura do sol, e que fizeram suas tabuadas para declinação dele, como se ora usa entre os navegantes..."(1) Nota do Autor José Vizinho não as inventou. Abraão Zacuto fizera, em 1479, o seu Almanach Perpetuum (traduzido em espanhol em 1481 e em latim, por Vizinho, em 1496) contendo a tábua de declinação solar, comprovada, ou conferida, pelos físicos de D. João II na viagem científica que permitiu completar de golpe os descobrimentos na direção do Antártico(2). Nota do Autor Ao mesmo tempo saíram de Lisboa os dous espias. Não voltaram; mas, no Egito, Pero de Covilhã avisou a Abraão da Beja, terceiro emissário de D. João II, que andara pela costa oriental da África até Sofala, e pudera informar-se da comunicação que há entre o Atlântico e o Índico, devendo as naves que a tentassem passar por aquele porto e pela ilha da Lua (Madagascar). Abraão de Beja deu ao rei o recado ansiosamente esperado. Abriu os olhos a D. João II. Uma vez que não era impraticável a passagem de um para outro oceano, e que, continuando a navegar ao comprido da costa oriental se atingiria o golfo pérsico, o triunfo português estava assegurado. As especiarias pertenceriam a Portugal. O Atlântico substituiria definitivamente o Mediterrâneo.

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