História do Brasil T1 - As origens (1500 - 1600)

do Colégio da Companhia. Os padres continuavam a exercer o mesmo domínio espiritual e político do tempo de Nobrega. A sua igreja era a Matriz. "São tão queridos que os moradores nada fazem de importância sem os consultar", diz a Anua de 1597. Num testamento, certo benfeitor advertia: "o que parecesse melhor à justiça ordinária e ao Superior do Colégio..." As incompatibilidades explodiram no século seguinte, com os choques entre os bandeirantes e as missões do sul, o sentido antijesuítico da expansão paulista, as crueldades desta.

A Matriz, apartada do Colégio, só se começou depois de 1598. Cabia o povoado no cinto de suas "taipas rudes e grosseiras", de pilão, cujas portas de madeira foram, uma vez, roubadas por um vizinho...(1) Nota do Autor Seis homens bastavam à sua polícia, em 1594. Valia tudo tão pouco que, em 1635, para garantia de um empréstimo de 25$, Amador Bueno fez hipoteca de dous lanços de sobrados, que possuía na rua Direita(2). Nota do Autor Em 1551, na Bahia, o sobrado de Pero de Góes fora vendido por 80$... O mobiliário correspondia a essa pobreza: só havia uma cama apresentável, em 1620, tendo a Câmara de requisitá-la para a hospitalidade do ouvidor em visita ao planalto. O resto do povo dormia nas suas "redes de carijó". Dos Inventários e Testamentos do século XVII ressumbra certa opulência de casas ricas: mas ainda são raras as cadeiras de espalda (sinal de nobreza), os bofetes, os catres de sobrecéu, as alfaias. Em 1587 não se tinha em S. Paulo um exemplar das Ordenações - que a Câmara do Maranhão, fundada em 1619, pediria a el-rei como um grande favor(3). Nota do Autor

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