História do Brasil T1 - As origens (1500 - 1600)

de mamalucos depois da fundação de S. Paulo estendera desmesuradamente as raias da possessão portuguesa sem embargo da divisória de Tordesilhas e da vizinhança de castelhanos. Não se fazia mister da contenda em torno dos portos abaixo de São Vicente (entre Paranaguá e a boca do Prata) porque melhor seria correr índios em direção ao rio Paraná e ao Paraguai, trabalhos e aventuras que não deixavam disponível um só homem de guerra no planalto de Piratininga. A expansão para o oeste adquiriu uma feição nova em 1602, com a bandeira de Nicoláo Barreto. Até aí, como que as incursões golpeavam no vazio: campos de Curitiba atrás dos carijós, planície goiana, cordilheira adiante do Paraíba, sem o embaraço do concorrente europeu que lhas obstasse. O jesuíta tomou então o passo ao paulista. Do Espírito Santo, de Porto Seguro e de Ilhéus, as expedições descobridoras indicaram rumos, divisaram itinerários, sondaram as massas indígenas flutuantes na imensidão sem dono certo. A civilização no norte - a despeito de já ter achado o curso do S. Francisco - seguia inflexivelmente a linha da costa. De um lado, prendia-a à beira-mar a lavoura da cana; do outro, a escassez de gente, de gados, de segurança para uma penetração a fundo, lhe impediam um internamento ousado. Dir-se-ia que as vantagens d'uma conquista superficial - da costa do Brasil disputada pelo estrangeiro - dissuadiam em boa hora os povoadores de temerárias viagens fora do alcance das feitorias ribeirinhas.

Em 1600 dous problemas preocupavam a administração colonial: defender as vilas marítimas do inimigo das três bandeiras (ingleses, holandeses e franceses) e antecipar-se a ele na posse do que não fora ainda descoberto. Do Rio Grande do Norte vai partir o movimento que integrará o Ceará, o Maranhão e a bacia amazônica no domínio português. De S. Vicente baixará

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