o povoamento para Paranaguá e Santa Catarina; e da marinha subirá as montanhas para empolgar o planalto que os pinhais adornam. Essa dupla irradiação para a costa leste-oeste logo no governo de Diogo Botelho, e para as regiões que os espanhóis consideravam sua, entre Patos e Itanhaém, arredondou a área geográfica do Brasil no século XVII - que é o do seu arcabouço de traços nítidos, compreendidos os valores essenciais, físicos, econômicos, morais, de que no século XVIII se utilizaria o país para completar a sua fisionomia nacional.
De 1500 a 1600 define-se a índole da colonização, com materiais próprios, incipientes as forças cuja eclosão apreciaremos durante a guerra holandesa, a estabilização do governo colonial ao expirar o século XVII. Aí se encontram os elementos distintivos do velho Brasil: o deserto e o seu dominador; o ciclo do açúcar e a escravidão negra; a aristocracia rural-litorânea e o bandeirante mamaluco; a sociedade que refazia a sua ética num clima oposto ao da Europa; a ação organizadora do missionário, a ordem política que vinha do Reino, o município, a criação da riqueza, a substituição do nomadismo dos aventureiros da fase das especiarias pelo sentido estável da ocupação do solo, a fixação agrícola e a dispersão pastoril.