História da Civilização Brasileira

toda a Europa como um condimento indispensável. Ainda em 1577 o rei D. Sebastião encantava a Corte de Espanha com doces e outras guloseimas de açúcar, coisa rara em Castela, segundo o cronista (1)Nota do Autor. O preço, tão deprimido em 1497 que fora el-rei forçado a reduzir as exportações da Madeira, subira ao dobro ou ao triplo nos mercados de Flandres (principal entreposto - e daí um velho interesse holandês pelo Brasil), de Veneza e Inglaterra. As pedras do Malabar e o ouro de Sofala esgotavam-se; mas os judeus que vendiam açúcar enriqueciam, a termos de estender-se a cultura da sacarina pelos Açores e Canárias, febrilmente fomentada, a ocupar grandes organizações financeiras que teciam, entre as várias praças europeias, a rede do crédito. Duarte Coelho contou em Pernambuco com o auxílio daqueles capitalistas-comissários; subrogavam-se nas responsabilidades do governo para intensificar, criar uma economia, que lhes devolveu com alto juro os cruzados do empréstimo. Não houve melhor negócio na época - e aos impulsos dessa cobiça resolveu D. João III dar ao Brasil um governo regular. Em 1549, depois de ter comprado aos herdeiros de Francisco Pereira Coutinho a capitania da Bahia, mandou Tomé de Souza fundar a capital da colônia.

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