e, atravessando-o, seguindo o mesmo rumo, acharam-se com outro também navegável, e por advertência dos Bororós, ali fizeram canoas e rodaram por ele alguns dias(1)Nota do Autor.
Deixando o rio, continuaram por terra, seguindo o mesmo rumo por alguns dias, até que encontraram outro rio, que afirmava Pires ser tão grande como o Cuiabá, porém tão cingido de pedras, que se dividia o rio todo em regatinhos, por isso atravessaram-no a pé enxuto. Este, pois, era o país de Coroá, e por isso mandaram exploradores para examinarem a situação e o meio de o abalroarem. Como ali permanecessem por alguns dias, observaram que da parte de além do rio estava uma colina, na qual se viam algumas pedras soltas e elevadas, umas configurando colunas, outras, escadas e outras, coroas, de que veio o dizerem que aquele monte continha os instrumentos dos Martírios de Cristo.
Neste rio, pois, entre as pedras, é que se viram pedacinhos de ouro redondos, como os vermelhos tentos de jogar, dos quais Pires e Bartholomeu colheram alguns mais bem-figurados, para brincar.
Os mais sertanistas também vieram e colheram alguns, porém longe de suporem que fosse ouro, pois ainda não havia conhecimento dele no Brasil. Ainda Pires disse mais: que na mesma colina se viam como pevides de melão da mesma matéria, misturada com pedras e burgalhão, das quais deitaram algumas em uma lata que tinha sido de chá, e com elas brincavam, como se fora chocalho. Neste tempo, voltaram os emissários, dizendo que, visto o alojamento do Coroá de cima dos morros, representava