PREFÁCIO DA 2ª EDIÇÃO
Sai agora a lume, em edição definitiva, a Viagem ao Araguaia, do general Couto de Magalhães.
Constitui este livro do ilustre brasileiro o segundo volume de suas obras completas que resolvemos editar: o primeiro e o romance Os Guaianás, exposto nas livrarias em princípios do mês próximo findo.
No prefácio deste último, já fizemos notar que a primeira edição de Viagem ao Araguaia foi publicada na capital de Goiás, em 1863 (Typographia Provincial), quando o seu autor era presidente daquela província.
Em 1889, acedendo a solicitações de amigos, permitiu o general que a Viagem ao Araguaia, cuja edição, havia muito, estava esgotada completamente, fosse publicada em folhetins em \"O Federalista\", desta capital, que depois os reuniu em uma brochura mal-impressa e inçada de erros: essa edição não reproduziu da primeira o vocabulário dos dialetos dos Xavantes, Xerentes, Carajás e Caiapós, traduzido de Martius pelo Padre Pio Joaquim Marques, mas foi valorizada, em compensação, pelo capítulo \"Do Rio a Goiás\", que, nessa época, em complemento do livro, escreveu o general Couto de Magalhães, e pela reprodução de curioso manuscrito sobre as famosas minas dos Martírios, ou Araés.
O general Couto de Magalhães não corrigiu, para essa segunda edição, suas notas de viagem, que ele primitivamente publicara como as havia escrito, durante sua longa excursão pelos sertões, tendo por mesa, quase sempre, o banco tosco do barco em que viajava pelo Araguaia, ou por alguma canastra, sob a tolda da barraca, e sendo muitas vezes obrigado a largar a pena para empunhar a faca de mato ou a arma de fogo, em defesa contra animais ferozes.