XXX - Do Barão do Rio-Branco ao Imperador
15 setembro, 1890
Paris
Senhor.
Beijo a mãe de Vossa Magestade Imperial pela carta tão sentida com que me honrou ao saber do golpe que recebi, e que não foi menos doloroso apesar de previsto e esperado desde fins de 1888. Procuro consolar-me, quanto é possivel, da perda de minha mãe, que foi uma santa, lembrando-me de que os infelizes não são os que se vão, são os que têm coração e continuam nesta vida, que cada vez comprehendo menos. Para a probresinha que agora descansa, a morte foi uma verdadeira libertação, tantas eram as suas tristezas, e, desde dois annos, os seus soffrimentos physicos.
O último anno, sobretudo, foi um verdadeiro martyrio de todos os dias.