NOTA PRÉVIA
Pouco antes de sua morte, em 1948, tive ocasião de encontrar-me em Paris com minha tia, Hortência Hamoir do Rio-Branco.
Não sei se ela já pressentia os primeiros sintomas do mal que havia de pôr fim, pouco depois, a uma vida toda de bondade e de cultura. O fato é que, naqueles dias que passamos juntos - os últimos - ela deu-me, a fim de guardá-los com o máximo cuidado, dezenove telegramas e cartas de texto ainda inédito, dirigidos pelo Imperador D. Pedro II ao Barão do Rio-Branco. São estes documentos que, agora, ofereço ao leitor. Haverá quem aponte o pouco interesse - no quadro geral da nossa História – destas missivas, o que é um ponto de vista perfeitamente justificável. O teor desta correspondência não vem, de fato, revelar nada de transcendental, nem tampouco revolucionar o que se sabe a respeito da nossa História, embora modifique alguns conceitos emitidos a respeito de D. Pedro II e do