cartas tôdas: é a espontaneidade com a qual ambos se correspondiam. Basta observarmos algumas fotocópias das missivas para ver imediatamente que são cartas escritas sem a menor preocupação estilística, cheias de rasuras (sobretudo aquelas expedidas pelo Imperador), recheadas de correções, muitas delas aumentadas com post-scriptum. Ambos os correspondentes brilhavam pela péssima caligrafia, e isto também se verifica facilmente ao percorrer as mencionadas fotocópias.
Como disse no início desta apresentação, as cartas que se vão ler a seguir não contêm nada de transcendental, mas possuem, a meu ver, a qualidade de comprovar, e de que maneira, a grande amizade que existia entre D. Pedro II e Rio-Branco, positivando, por parte do Imperador, a completa modificação do juízo que sobre Rio-Branco emitira naqueles anos de 1876, e por parte do Barão, aquela completa falta de rancor, que sempre foi um dos traços característicos de sua personalidade, para com o homem que quase estragara a sua vida por um excesso de rigorismo puritano.