O positivismo na República: notas sobre a história do positivismo no Brasil

É certo que a reflexão filosófica aspira à universalidade e à intemporalidade, mas não podem - diz ainda o ilustre professor da Universidade de Coimbra - furtar-se à garra do tempo e do lugar, porque a gênese dos problemas com a respectiva consideração dão-se em determinadas situações epocais e sob certas condições ambientais. A presença inevitável da componente temporal vinca indelevelmente a reflexão filosófica com a sigla da história..."(2) Nota do Autor

Se é certo que a nossa história intelectual tem sido, em grande parte, um variado tecido das vicissitudes da importação transoceânica de ideias, não menos certo é que os dados dessa importação aqui se conformam ou deformam em face das circunstâncias próprias ao ambiente, que é complexo e rico de contrastes. E é para isso que é preciso atender, pois talvez aí resida a nossa originalidade.

A história do positivismo brasileiro é, cremos, sob este aspecto, das mais curiosas e das mais interessantes. Foi uma tentativa de "doutrinação", se assim podemos dizer, que fracassou, mas que encontrou, parece, no espírito e no pensamento brasileiros - nos quais ela ainda talvez se mantém em estado difuso - uma importância que ainda não se revelou suficientemente. Em trabalho anterior a este(3), Nota do Autor procuramos estudar a gênese do positivismo, ao lado das demais correntes filosóficas que tiveram certa vigência no nosso país no século XIX. Neste trabalho, procuramos indicar

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