O positivismo na República: notas sobre a história do positivismo no Brasil

crença nos Deuses. Então a palavra ateu significava - não aquele que não crê em um Deus, - mas aquele que não crê nos Deuses. Foi só a experiência, graças à conversão do mundo romano ao Cristianismo que demonstrou a ilusão dos politeístas, demonstrando que o novo Monoteísmo de São Paulo não só permitia sistematizar as mesmas virtudes já sistematizadas, quer pelo politeísmo quer pelo monoteísmo judaico, mas também instituir virtudes novas e generalizá-las pela massa popular. Os católicos atribuem essa conversão do Ocidente ao Catolicismo a um milagre, isto é, o consideram um fato sobrenatural, fora das leis científicas. A raciocinar assim, também seria milagre a conversão de tantos povos ao Islamismo. Milagre ainda mais estupendo seria a persistência das outras religiões fetichistas e politeístas, bem como do monoteísmo judaico, até os nossos dias, através de todos os esforços dos católicos e dos muçulmanos"(12). Nota do Autor

O espírito positivo, porém, recusa o milagre. Em todas as categorias de fenômenos apenas admite as leis naturais e a única distinção que se pode fazer é entre as leis conhecidas e as leis desconhecidas. Diante destas últimas, o espirito positivo "confessa modestamente a sua ignorância e não se satisfaz com explicações teológicas e metafísicas"(13). Nota do Autor

Arrematando a tese positivista contra as afirmações de D. Sebastião Leme, escrevia Teixeira Mendes: "Seja porém qual for a atitude atual dos diversos espíritos, o estudo científico da sociedade e do homem, conforme, enfim, conseguiu realizá-lo Augusto Comte, não deixa a mínima dúvida acerca desse fatal desenlace glorioso de todas as nossas sugestões altruístas,

O positivismo na República: notas sobre a história do positivismo no Brasil - Página 145 - Thumb Visualização
Formato
Texto