O rio da unidade nacional: o São Francisco

salas de visita, através de vastos janelões abertos para a luz, para o vento e, especialmente, para a poeira, essas terríveis almofadas de seda que as meninas aprendem a fazer em nossos colégios, inspirando-se para os desenhos nos modelos estrangeiros e nos Napoleões de folhinha de casa comercial.

Mas, à medida que se vai descendo, as cidades vão ficando mais representativas, a arraia miúda se senta no chão, começam a aparecer as alpercatas de couro, os piraís, os arreios, os chapéus de couro amarrados à nuca, a massa, enfim, das cousas que se fazem com "pele de gado", como eles dizem por lá.

Em S. Francisco, uma rede de buriti custa 3$000. As cousas vão começando a ficar fantásticas pelo rio abaixo.

Os barqueiros, em sua maioria, desconhecem o ferro para a indústria doméstica: sua moenda é uma peça de pau; sua casa, barro e ripa; suas telhas, folhas secas de palmeira; sua decoada, achas de carnaúba em forma de coador - tudo vai ficando sertanejo, graças a Deus, e há sempre uma novidade em cada canto.

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