No Bom Jardim, vilarejo que parece Polinésia de fita de cinema com suas areias alvas, seus coqueiros esgueiriços e tortos do vento, quem anda pelas ruas desertas durante o dia, ouve constantemente o ruído característico que fazem as rendeiras com seus bilros, na agilidade do trabalho quotidiano. "Esse barulho é muito bom pra se tirar tora", insinua um vaporzeiro...
Depois, é preciso admirar a precisão e o gosto dos motivos dos desenhos das rendas de bico e de entremeio de Bom Jardim, Barra, Morada Nova, Sant'Anna e mesmo alguns de anônimas barranqueiras, que fui encontrar trabalhando à frente de seus casebres.
A arte popular dessas regiões está viva, e é uma sugestiva demonstração de atividade operária que não deve passar despercebida aos nossos educadores, e aos nossos dirigentes, que tanto se preocupam com a questão social e o proletariado.
Há uma ansiosa expectativa em torno do que o Estado pode e deve fazer sobre orientação profissional, escolha de vocações e da ocupação dos lazeres de nossa gente pobre.