Teria nascido por volta de 1797, se considerarmos válida a informação de seu registro mortuário. Seria filho de Daniel e Elisa MacFarlane, segundo consta do fichário do Colégio Brasileiro de Genealogia, do Rio de Janeiro. Era escocês ou, pelo menos, oriundo de velha família da Escócia, conforme bem denota seu sobrenome. Sem nenhuma dúvida, formara-se em Medicina e, dentro dela, dedicava-se à Homeopatia, tendo exercido, no Brasil, a sua profissão.
Teria vivido algum tempo e, provavelmente, clinicado na então vila de Valença, atual cidade de Marquês de Valença, em terras fluminenses. Sabe-se que ali contraiu matrimônio, por volta do ano de 1835, quando teria 38 anos de idade; na mesma vila nasceu, a três de outubro de 1836, seu filho primogênito.
Sua esposa tinha, ao casar-se, apenas 17 anos e descendia de tradicional família mineiro-paulista.
Dona Helena Augusta, da estirpe dos Bicudo
Chamava-se Helena Augusta Velasco Nogueira da Gama a esposa escolhida pelo Dr. MacFarlane. Não tinha apenas um nome, mas também um porte senhorial. As fotografias no-la mostram em épocas diferentes de sua vida, em plena maturidade e já quinquagenária, com seu rosto alongado, enérgico mas escondendo bondade, testa larga, olhos profundos, cabelos repartidos ao meio ou repuxados para o alto, as orelhas à mostra, de requintada distinção no trajar. Seu único filho varão deixou numerosas provas de que a amava entranhadamente, falando-nos de seu carinho, de sua ternura, modelo das mães; e, certamente, tinha sinceras razões para fazê-lo, já que o testemunhou em documentos íntimos, que mais além haveremos de transcrever.
Pertencia à estirpe dos Bicudo, ilhéus da ilha de São Miguel, nos Açores, estabelecidos em São Paulo no século XVI.
Seu mais remoto ancestral, dessa linhagem, foi Antonio Bicudo Carneiro, Ouvidor da Capitania de São Paulo, a quem coube mandar levantar o pelourinho da vila de São Paulo de Piratininga, em 1585. Foi casado com uma paulista - Dona Isabel Rodrigues.