O Brasil na crise atual

da nova Rússia, subsiste como realidade fundamental a ação da vontade individual levada mesmo a extremos impressionantes de extraordinária potencialidade realizadora. E da marcha dos acontecimentos parece perfeitamente legítimo induzir‑se que gradualmente as forças representadas pela ação individual, que há 17 anos vêm orientando os destinos da Rússia, modifiquem, como aliás já estão modificando, a forma coletivista de organização ostensiva do sovietismo.

Em outras manifestações do espírito coletivista em ascendência, tanto nas de ordem política como nas de natureza econômica, não nos parece difícil encontrar também uma realidade nitidamente individualista contrastando o aspecto totalizador das organizações que surgem. A verdade é mesmo que no caso russo, no exemplo italiano, na crise alemã e em outros episódios análogos de menor importância, bem como nas inúmeras experiências de economia dirigida que ora se registram, assistimos não a genuínas expressões de um coletivismo vencedor, mas antes a afirmações da hipertrofia do egotismo e da vontade de domínio de indivíduos fortes, que emergiram de um conjunto de circunstâncias propícias como figuras despóticas, estabelecendo formas de concentração autoritária que a civilização ocidental jamais conhecera e das quais se tornam personificações cultuadas pela idolatria das multidões escravizadas.

O profeta que está sendo justificado pelos acontecimentos não é Marx, mas Nietzsche. A ditadura proletária

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