O Brasil na crise atual

Entre os aspectos desoladores da grande guerra, nenhum foi mais pungente que o traço de cruel ironia do destino dos milhares de homens cultos e generosos, que se sacrificaram convencidos de darem a vida para por termo ao ciclo de violência guerreira nas relações internacionais. Entretanto, aquelas vidas nobres não se destruíram em vão no morticínio das trincheiras. O contraste entre o surto armamentista do pós-guerra e a esperança de uma paz definitiva como prêmio conquistado para a humanidade pelos vencedores do militarismo alemão não justifica certas afirmações precipitadas dos que, desejando ver continuar-se a rivalidade militar entre as nações, não perdem oportunidade de assinalar os preparativos bélicos que ora se fazem por toda a parte, para apontá-los como prova da falência do pacifismo. O argumento que mal disfarça a ânsia do espírito belicista diante da ação convergente dos múltiplos fatores de coordenação internacional pode impressionar os que se contentam com as aparências de uma situação, sem se darem ao trabalho de examiná-la mais de perto e de analisá-la com maior cuidado.

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