O Brasil na crise atual

diminuição das vendas no magnífico mercado que lhes oferecia o grande império vizinho. Por outro lado, a incentivação das forças econômicas russas fez com que surgissem perspectivas novas de expansão, implicando em problemas até então alheios aos objetivos da política externa do governo tzarista. Duas questões desse gênero avultaram desde logo nas preocupações da chancelaria de São Petersburgo. Uma delas era o receio de que a projeção germânica para o Oriente, concretizada na influência da diplomacia da Wilhelmstrasse sobre a Turquia e no projeto nunca de todo abandonado da estrada de ferro de Bagdá, viesse a fechar à Rússia as possibilidades comerciais na Pérsia e nas regiões da Ásia menor. Além disso, o desenvolvimento mecanofatureiro do império, envolvendo a sua ulterior expansão comercial, exigia que se atendesse ao caso de portos acessíveis durante todo o inverno, que a Rússia até então não possuía, vendo-se coagida a fazer durante aquela estação todo o seu comércio marítimo por Libau e Riga, insuficientes em capacidade portuária para as necessidades previsíveis de uma exportação da região báltica mais intensa no futuro. A aquisição de outros portos à custa da Alemanha e o combate à influência desta na Ásia ocidental foram determinantes da política que levou a Rússia a encerrar os seus antagonismos com a Inglaterra pelo acordo de 31 de agosto de 1907, reconhecendo-lhe uma esfera de influência no norte da Pérsia, e a lançar-se em seguida no grupo da Entente.

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