Abstraindo-se do apreço das suas causas imediatas, dos objetivos dos seus protagonistas e da ação ulterior por estes desenvolvida, a revolução de 1930 subsiste no curso evolutivo da vida nacional como um fenômeno essencialmente benéfico. À causalidade imediata que pode ser objeto de crítica depreciativa, sobrepõe-se o determinismo profundo daquele acontecimento, em que atuaram fatores correspondentes às mais salutares reações do subconsciente coletivo, resistindo aos elementos de deterioração do caráter nacional e de afastamento perturbador do curso natural do desenvolvimento histórico da sociedade brasileira. Os revolucionários de boa fé e cheios de entusiasmo que pegaram em armas em outubro de 1930 pensando que a salvação da pátria dependia de uma regeneração política capaz de nos libertar de homens e de métodos, apontados uns e outros como origens dos nossos infortúnios, agiam sob o impulso de determinantes de muito maior alcance e a regeneração reclamada pelo gênio da nacionalidade na consciência de cada um deles tinha proporções incomparavelmente mais amplas, que a substituição de uma república por outra a ela forçosamente