depois de ter realizado a sua independência política.
Entretanto, as forças profundas do gênio nacional nunca sossegaram completamente sob a crosta de verniz europeu que a classe dirigente lançava sobre o país. A profunda razão de ser da tenacidade do espírito republicano era a ânsia irreprimível do sentimento nacional recalcado no inconsciente coletivo. Os republicanos talvez sem uma percepção muito clara do fato o simbolizavam no seu antagonismo à dinastia ultramarina. Infelizmente o sentimento nacionalista nos próprios adversários da monarquia bragantina era também desvirtuado do seu curso lógico pela ação perturbadora dos modelos democráticos em que se inspiravam. Comemorando a tomada da Bastilha ou indo fazer juramentos cívicos sobre o túmulo de Washington, os pioneiros da República, como o fariam dezenas de anos mais tarde os revolucionários de 1930, hipnotizados pelo sovietismo ou pelo fascismo, comprometiam a vitalidade essencial da revolução autêntica que tinham a realizar.
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Achamo-nos assim em face de uma espécie de mau destino, que nos parece condenar à perda dos grandes momentos de oportunidade para corrigir o rumo errado que estamos seguindo há mais de cem anos. A análise dessa altitude leva‑nos a encará‑la como