foi profunda e decisiva a repercussão exercida no espírito de William James pela filosofia de Bergson. O conceito da evolução como ação criadora do ímpeto vital e o anti-intelectualismo envolvido por essa interpretação do processo evolutivo formaram de fato a base metafísica do pragmatismo de James, cuja característica individualizadora é a substituição da ideia do Absoluto pelo conceito do Bem e da Verdade como expressões da idealização das tendências dos seres. No universo interpretado pragmatisticamente desaparecem as noções de infinito e de solidariedade necessárias dos elementos constituintes da totalidade cósmica. Subordinação do bom e do verdadeiro às contingências peculiares da entidade em apreço, abandono de um plano intelectual de desenvolvimento cósmico e interpretação do progresso, como efeito da ação criadora da energia vital inerente ao próprio ser, representam as bases em que assenta toda a estrutura pragmatista. Desses fundamentos metafísicos decorrem as ideias de um universo pluralístico e descontínuo, da superioridade da intuição como instrumento da pesquisa do conhecimento e da eficácia da vontade na alteração das relações entre os seres e, portanto, na propulsão do desenvolvimento evolutivo. Passando ao plano da ação prática, o pragmatismo fixou dois pontos de incalculável alcance como estimulantes do revolucionismo contemporâneo.
Um deles foi o critério de apreciação do bom e do verdadeiro pela coincidência com as inclinações espontâneas e autênticas da entidade que procura atingir