caso ainda mais evidente da mesma influência, não obstante as divergências profundas e irreconciliáveis entre as finalidades políticas da revolução italiana e o sentido da transformação revolucionária idealizada por Sorel.
Outros fatores intelectuais concorreram ainda, logo no princípio do século atual, para deslocar o pensamento sociológico e a ação política das posições decorrentes da atitude evolucionista, em que se haviam mantido as gerações imediatamente precedentes. A influência de Bergson irradiando por toda a Europa e fazendo-se sentir na corrente pragmatista americana, trouxe uma contribuição notável ao encaminhamento do pensamento político no sentido de uma preferência pelos métodos revolucionários. O conceito evolucionista bergsoniano, atribuindo à ideia de tempo uma significação realística e por assim dizer concreta que não lhe era dada na acepção matemática em que fora até então entendido e sobretudo pela introdução do ímpeto vital como causa eficiente do desenvolvimento evolutivo, fez ressurgir na filosofia contemporânea uma forma de neovitalismo que logicamente tendia a acentuar o valor da ação voluntária no processo sociogênico, em detrimento dos fatores de um determinismo expressivo da convergência de forças isoladas e de circunstâncias ocasionais.
De alcance ainda maior foi a influência exercida durante os últimos decênios pelo pensamento pragmatista, sobre o qual aliás, como acabamos de observar,