plasmador das formas evanescentes das sociedades humanas.
Menos flagrante, mas de não menor alcance que a influência exercida pelo pragmatismo na criação da mentalidade revolucionista dos dias atuais, foi o papel desempenhado na formação dessa tendência pelas novas ideias que alteraram radicalmente os fundamentos metafísicos da ciência desenvolvida desde o século XVII. Tanto a filosofia cartesiana como a ciência promanada da física de Newton adotavam como base o triângulo metafísico demarcado pelos conceitos de substância, matéria e natureza. Todo o pensamento dos três últimos séculos girava em torno da noção de existência associada à de substância, qualquer que fosse a forma peculiar por esta última assumida, e do postulado de que a ordem fenomenal era a expressão de relações mais profundas que poderiam ser ou não investigadas conforme a atitude intelectual adotada em face de uma natureza cuja realidade objetiva era implicitamente admitida. Um plano evolutivo concebido dentro da configuração traçada por essas ideias fundamentais tinha forçosamente de apresentar o caráter de desenvolvimento operado em função de dois fatores distintos, embora concomitantes: o espaço e o tempo. A filosofia científica do século XX postula uma base metafísica essencialmente diferente. À investigação do fenômeno como expressão de propriedades da substância, o novo pensamento científico opõe o estudo do fenômeno em si mesmo como única realidade objetiva,