social, a instituição monárquica pela sua natureza assegura a hierarquização estrutural da sociedade.
Somente a mentalidade coletiva em que se criou um automatismo, induzindo à reverência espontânea dos valores de todas as categorias, pode adaptar as ideias e os métodos de governo da democracia às exigências disciplinares da ordem social e política e do funcionamento eficiente dos órgãos políticos e administrativos do Estado. Comparando o que se passa com a democracia nos países onde ela se tornou a expressão natural das atividades cívicas com os efeitos que esse regime causa entre as nações que a importaram, temos um caso semelhante ao que acontece com o cristianismo nos povos europeus e entre as populações de outras raças anexadas à órbita cristã pela catequese. O europeu confere aos dogmas e aos valores éticos da sua religião um sentido que se harmoniza com as necessidades práticas da existência. É um crente relativista ao qual a sua religião não pode perturbar, enquadrando-se harmoniosamente no complexo das suas ideias e atividades. O convertido de outras raças, cuja mentalidade não pode assimilar com a mesma naturalidade a crença exótica, empresta aos seus postulados um sentido literal e mecânico, acabando quase sempre por divorciar por completo as suas atividades práticas de uma disciplina ética, cujos fundamentos ideológicos se tornam para ele absurdos pela aceitação absoluta do seu sentido ostensivo.
Precisamente o mesmo é o caso dos neófitos da democracia