O Brasil na crise atual

palavras, o processo histórico não tem a continuidade que se lhe atribuía e é nitidamente descontínuo. Onde se via uma cadeia cujos elos entrosados lhe davam identidade, depara-se-nos uma série de durações individualizadas.

A noção da descontinuidade, predominante na filosofia científica contemporânea e refletindo-se em todos os ramos do conhecimento, torna-se de dia para dia mais apreciável na interpretação dos fenômenos sociológicos. Esta atitude tão característica na ideia da autonomia dos períodos históricos de Spengler (1)Nota do Autor depara-se-nos também, embora por forma menos sistematizada, mas igualmente vigorosa, na obra de Keyserling. Existe assim no plano mais elevado de expressão cultural da nossa época uma tendência inequivocamente acentuada a encarar os fenômenos do desenvolvimento histórico como uma sucessão de durações nitidamente diferenciadas entre si e através das quais se traduzem os efeitos de fatores peculiares, que compõem o conjunto determinante de cada etapa do curso da civilização.

O revolucionismo do século XX corresponde, portanto, a um sentido bem definido da orientação cultural. Semelhante tendência coincidiu com a atuação de fatores econômicos e políticos, que imprimiram forma concreta no domínio social aos métodos em tão sensível

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