O Brasil na crise atual

automóvel generalizou a um número tão grande de indivíduos e tornou tão frequente nos hábitos comuns deles o deslocamento acelerado, que era inevitável acentuar-se no psiquismo de todas as populações a tendência a impacientar-se com a lentidão e a preferir em todas as modalidades da ação humana os processos bruscos e de resultados imediatos. Além disso, o automóvel, estendendo a vibração da vida moderna a regiões que pelo seu afastamento dos troncos ferroviários não haviam sido influenciadas pela locomotiva, criou em poucos anos uma nova mentalidade rural muito mais aproximada do psiquismo urbano e, portanto, menos inclinada a formar, como outrora, o elemento natural de resistência à maior impulsividade das populações densas das zonas industrializadas e comerciais.

Os progressos na conquista do ar e particularmente o desenvolvimento da aviação reforçaram de modo decisivo as tendências já impostas pelos outros fatores anteriormente nomeados. A radiotelegrafia, a radiotelefonia e afinal a televisão completam o conjunto de elementos convergentes no sentido de criar uma mentalidade espontaneamente inclinada à ação imediatamente realizadora e a não conformar-se com as contingências de tempo e de espaço a que tão profundamente se achava submetido o psiquismo dos homens das gerações passadas.

Mas as características impressas às diferentes formas de produção e aos sistemas de transportes e comunicações pelas invenções técnicas, que se vêm sucedendo

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