A primeira e por enquanto a de mais decisiva influência foi a aplicação da energia elétrica, estudada desde o século XVIII, a finalidades práticas na vida social e na organização da produção. O telégrafo, o telefone, a iluminação elétrica e o emprego da eletricidade como força motriz nas indústrias e nos serviços de tração foram sucessivamente precipitando transformações econômicas tão profundas e tão violentas mesmo que, simultaneamente com as transformações progressivas ocorridas no domínio da produção, sobrevinham metamorfoses radicais no psiquismo das diferentes coletividades afetadas por aqueles progressos técnicos. Os homens, já iniciados pelo vapor na ambiência mental da rapidez dos deslocamentos e das transformações, começaram a ter diante de si perspectivas até então inconcebíveis do aniquilamento das distâncias e da compressão de atividades realizadoras em lapsos acanhados de tempo.
As consequências psicológicas de tais influências tinham fatalmente de fazer-se sentir em um desdém cada vez mais acentuado por todos os métodos que, em qualquer esfera de atividade, envolvessem delongas na execução de planos e de ideias. Ao efeito das aplicações, cada vez mais variadas da eletricidade, juntaram-se a partir dos últimos anos do século passado as influências de inexcedível amplitude, exercidas pelo emprego do motor de explosão em uma nova espécie de veículos que vinham subverter por completo as ideias do século XIX em matéria de transportes. O