O Brasil na crise atual

ao seu serviço as forças naturais era obedecer às leis em que se exprimiam as relações fenomenais verificadas pela análise da realidade objetiva. Mas existe no espírito humano uma inclinação irresistível à criação dos ídolos. E a regra formulada pelo pensador inglês, que tanto se empenhara em precaver os seus semelhantes contra os perigos de todas as formas de idolatria, acabou tornando-se para a grande massa o dogma de um novo culto e o alimento de uma nova superstição. Bacon definira um conceito metodológico, que três séculos de adiantamento da ciência têm amplamente justificado. Entretanto, o êxito impressionante das diretrizes fixadas para a pesquisa do conhecimento positivo veio formando no psiquismo do homem moderno uma espécie de misticismo da natureza a que ele foi transferindo as prerrogativas dos deuses de que se emancipara, até entronizar as causas da dramatização fenomenal, atribuindo-lhes uma realeza virtual do universo em que as existências transitoriamente individualizadas não passavam de manifestações efêmeras de uma realidade fundamental, cujas características essenciais tinham fatalmente de traduzir-se em determinados fenômenos.

Assim a revolução filosófica do princípio do século XVII veio a ser o ponto de partida de uma reação contra o humanismo, que se esboçara na corrente nominalista do escolasticismo medieval e se afirmara triunfalmente em todas as expressões da atividade humana no período renascentista. O pensamento baconiano

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