não menos decisivos. A doutrina evolucionista aplicada ao domínio sociológico e à política prática achava-se estreitamente ligada à crença generalizada na eficácia do sistema de governo representativo que, depois de praticado durante séculos pelos ingleses, havia sido transplantado para a Europa continental e para a América. O entusiasmo por esse sistema de governo originou-se na influência concomitante do exemplo político da Grã-Bretanha e do prestígio que as ideias inglesas tiveram em França desde o primeiro quartel do século XVIII. Não há quem ignore o papel representado pelo pensamento inglês desde Hobbes e sobretudo pela filosofia de Locke e pelas ideias de Hume formação das correntes filosóficas francesas englobadas no enciclopedismo. A ascendência intelectual que a Inglaterra assim exerce sobre a mentalidade francesa, exatamente quando os fatores econômicos gerados pela dissolução do feudalismo e pelos primeiros efeitos da revolução industrial já em pleno andamento no outro lado da Mancha vinham preparando uma crise política, bastaria para explicar o prestígio adquirido no espírito de estadistas e pensadores políticos franceses da segunda metade do século XVIII pelos métodos de governo representativo e parlamentar praticados pelos ingleses. Mas igualmente decisiva foi a influência do exemplo concretizado no êxito da Grã-Bretanha como a mais formidável potência mundial.
Nenhum estudioso do processo histórico pode permanecer indiferente ao fato repetidas vezes demonstrado