O Brasil na crise atual

do período saxônio, traduzia-se em múltiplas expressões de atividade realizadora. A economia primária e homogênea de um agrarismo exclusivo, que mantivera em grande atraso a sociedade inglesa até o século XI, transforma-se rapidamente com a eclosão de várias indústrias. Como acontece forçosamente sempre que uma nação progride sob o ponto de vista econômico, sugiram com interesses de maior vulto e de natureza mais complexa preocupações crescentes de defesa desses interesses contra os atos de arbítrio e de prepotência do poder público. A apatia e a docilidade, que assinalavam a rudimentar mentalidade política britânica até o fim do período saxônio, são substituídas por um espírito enérgico de resistência à autoridade discricionária da realeza. Havia agora interesses a defender e a necessidade econômica despertava o instinto político. Era preciso cercear prerrogativa régia da tributação, a fim de evitar-se que a ganância do fisco despojasse os súditos que começavam a enriquecer de uma parte excessiva dos seus ganhos. A revolução do princípio do século XIII, cujo êxito fácil se concretizou na outorga da Magna Carta em 1215, foi um movimento determinado por fatores exclusivamente econômicos e com finalidades restritas à limitação ou antes a uma anulação prática da prerrogativa régia de lançar impostos arbitrariamente e de dispor dos dinheiros públicos sem dar satisfação aos que pagavam impostos. Todas as concessões extorquidas do rei João e incluídas nos princípios da Magna Carta são apenas meios acessórios destinados a garantir

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