O Brasil na crise atual

inclinados logicamente à ação revolucionária, nenhuma força política organizada admitia na Europa e nos Estados Unidos, até 1914, os métodos revolucionários como processos normais de promover a realização dos seus objetivos.

Entretanto, a essa altitude oficial das forças políticas reformadoras, não correspondia a psicologia cada vez mais generalizada das massas empenhadas em atingir um nível superior de desenvolvimento das suas aptidões econômicas e em obter condições sociais mais adequadas à expansão de uma vida coletiva, na qual o indivíduo integrado na sociedade pudesse assegurar a realização das suas possibilidades. Alguns decênios de experiência do sistema representativo e da prática do sufrágio promíscuo e das instituições democrático-liberais haviam convencido as multidões excluídas do círculo privilegiado dos grupos dominantes nas sociedades civilizadas da ineficácia irremediável dos processos políticos calcados em uma ideologia exclusivamente evolucionista. Por outro lado, os elementos intelectuais preocupados com a procura dos meios de resolver os problemas econômicos e sociais, cada vez mais agudamente focalizados, chegavam à conclusão de que a maquinaria do regime representativo não poderia ser utilizada satisfatoriamente em proveito dos interesses das massas enquanto as minorias oligárquicas tivessem o controle do aparelho do Estado. Este nos países latinos, germânicos e eslavos continuava a ter o caráter acentuadamente militar que, como vimos, fora

O Brasil na crise atual - Página 44 - Thumb Visualização
Formato
Texto