e insignificância cada vez maior os elementos, que continuavam a entreter o culto das tradições revolucionárias de 1848 e do período que daquela época se estendeu até a insurreição comunista de Paris. Ninguém mais parecia duvidar de que as nações mais adiantadas se tivessem emancipado definitivamente da contingência do apelo aos métodos revolucionários. O socialismo parlamentar integrara-se na política dos países capitalistas, aceitando implicitamente o princípio de que as transformações econômicas e as consequências sociais delas derivadas poderiam e viriam de fato a ser atingidas sem rupturas catastróficas da normalidade jurídica, por meio de uma série progressiva de leis, em que se refletiria a expansão crescente do voto proletário.
Embora desde a última década do século XIX tivessem reaparecido tendências revolucionárias concretizadas na preferência de certos grupos esquerdistas pelos métodos de ação direta e não obstante a grande sistematização filosófica de tais tendências na obra de Georges Sorel, até o rompimento da guerra europeia, em 1914, a crença no evolucionismo político dominava a orientação oficial dos partidos adiantados. Sem dúvida, a ascendência a que aludimos era fortemente contrastada pela influência crescente da corrente revolucionária, bifurcada em partidários da ação direta econômica sindicalista e adeptos da revolução política. Mas fora do círculo dos partidos russos que, sob a pressão do ambiente particular em que tinham de agir, eram