O Brasil na crise atual

plenitude a necessidade de uma grande ampliação da esfera de atividade do Estado, bem como o abandono de ideias que se haviam enraizado como preceitos imutáveis na prática do governo. Se acrescentarmos à influência dessa demonstração dramática da necessidade de substituir o Estado político pelo Estado técnico, importância social adquirida durante a guerra pelas massas trabalhadoras, encontraremos o conjunto de causas da categoria aqui examinada que estimularam tão sensivelmente as tendências revolucionistas.

O Estado técnico não podia permanecer adstrito ao conceito do lento progresso evolutivo. Uma vez que se chegava a verificar que os problemas principais do governo eram os que se deparavam na esfera econômica, dependendo da sua solução satisfatória os resultados alcançados nos outros setores da organização política e cultural da sociedade, era imprescindível adotar como norma da orientação progressiva as mesmas diretrizes que caracterizam o desenvolvimento técnico. Este não se opera por uma evolução imperceptível, mas pela substituição brusca de processos e de instrumentos que novas descobertas e inventos vêm tornar obsoletos. A formação de uma consciência nítida desse aspecto da fase da civilização em que vamos entrando e ao qual retornaremos em outro capítulo pode ser considerada como a determinante positiva da eclosão do revolucionismo contemporâneo, para o qual contribuíram como fatores preparatórios os outros elementos que sinteticamente expusemos.

O Brasil na crise atual - Página 50 - Thumb Visualização
Formato
Texto