A ideia de um processo histórico, isto é, do desenvolvimento da sociedade como um organismo que passa sucessivamente de um estado para outro, assumindo formas progressivamente mais complexas e deslocando-se incessantemente para condições novas, não envolve necessariamente o conceito teleológico a ela associado desde o advento da democracia e que tem servido de base lógica a todas as doutrinas políticas inspiradas pelo pensamento liberal. Reduzida aos seus elementos característicos e essenciais, a noção do desenvolvimento histórico constitui apenas a antítese dinamista do ponto de vista estático de que também se pode apreciar a existência dos grupos humanos socialmente organizados. Nada realmente se opõe no terreno da análise racional a uma atitude em que se considerem os fenômenos sociais e políticos, ou de modo mais amplo as manifestações globais da civilização e da cultura como independentes das influências do passado e sem qualquer correlação com futuros estados orgânicos da sociedade. Este ponto foi um dos que nos últimos anos vieram a ser lucidamente focalizados pela obra de