Correspondência política de Mauá no Rio da Prata (1850-1885)

O Brasil naturalmente olhava com desconfiança para a política externa seguida por Rosas sonhando com a incorporação do Rio Grande do Sul com seus campos finos e seus ervais, ao território argentino, mas se mantinha numa atitude de expectativa sem tomar nenhuma atitude de aberta hostilidade.

As reivindicações "rosistas", justas dentro do ponto de vista estritamente nacional, eram porém inadmissíveis para os outros países, principalmente Uruguai e Paraguai, que se julgavam com idênticos direitos à hegemonia americana, com o controle do Plata.

A união do Paraguai à Argentina em 1811, numa aliança defensiva e ofensiva contra a metrópole espanhola, deixou de existir uma vez obtida a independência dos dois estados. A situação geográfica do Paraguai exigia uma saída livre ao rio da Prata, para escoamento de seus produtos. A situação para este país se resolveu durante o período de Frância, com o isolamento. A força de uma nacionalidade plantada sobre as bases mais estáveis da América, deu nascimento a um país que produzia e se organizava com os olhos voltados para dentro, sem se preocupar com as competências dos outros países da América.

Entretanto, a acumulação da produção dentro de um estado relativamente pequeno, com uma população reduzida, e com massas sem grande capacidade de aquisição, provoca no período pós-Frância, uma necessidade de busca de mercado para a produção acumulada. Começam no período dos Lopez as competências comerciais e políticas que ganham corpo à proporção que a produção exige uma saída natural pela embocadura do grande Rio da Prata, provocada pelo quase socialismo do estado que existia: "Bajo el sistema de Francia y de los Lopes, la libertad es reemplazada por el control del Estado. El resultado lógico de semejante control

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